Esse projeto tem a intenção de estudar e apresentar as Suítes para violoncelo solo do compositor alemão, Johann Sebastian Bach e nasce pelo impulso de comemorar os 300 anos de sua composição, portanto, 1723.
Bach não é reconhecido nos dias de hoje somente como um dos compositores mais
produtivos da história da música ocidental e pela qualidade e inventividade da sua música vocal e instrumental. Bach inaugura um novo momento para a música pura, isto é, para a música instrumental, principalmente a música solo.
Ele deu continuidade a uma tradição que vinha do período renascentista de composições para instrumentos harmônicos (como cravo e órgão), mas também abre caminho para a criação de obras extensas para instrumentos melódicos, como o violino, o violoncelo e o traverso. Sua preocupação com a forma se traduz na criação de Partitas, Sonatas e Suítes – obras com diversos movimentos musicais.a a música pura,
isto é, para a música instrumental, principalmente a música solo.
Suas suítes para violoncelo “senza basso”, depois de descobertas e gravadas por
Pablo Casals em 1936, fazem parte obrigatória hoje da formação de todo bom
violoncelista. Esse desafio em forma de música – pelas suas exigências técnicas e pela
sua densidade expressiva – estimularam músicos de outros instrumentos. Com isso, as
suítes passaram a ser executadas e gravadas também por gambistas, violinistas,
violonistas, flautistas, saxofonistas, etc.
Seguindo a prática que o próprio Bach também foi um expoente na sua época, a
proposta aqui é criar novas versões para cada Suíte, agora arranjadas em
combinação com convidados distintos para cada uma.
Estudar – porque a experiência de cada convidado contribui para novas descobertas e
novas leituras de cada suíte, fazendo com que o resultado seja algo totalmente
inesperado, já que a combinação dos instrumentos por si só é inusitada.
Apresentar – porque a experiencia de levar estas obras ao público é instigante e neste
caso, se preocupa também com o exercício de transcender apenas o efeito musical.
Já que é uma música introspectiva e que propõe diversos estados de espírito, ela
oferece um espaço de reflexão e autoconhecimento, tanto para os intérpretes,
quanto para os ouvintes.
Dessa maneira, as suítes, esta música pura, inspirada pelo caminho que um grande intérprete como Yo Yo Ma trilhou, se associa a conceitos e à palavra, não só com o intuito de divulgar boa música, mas também de trazer reflexão neste momento difícil que estamos vivendo, com valores distorcidos e com pouco acesso a forças transformadoras.
Por fim, a proposta prevê formas distintas de alcançar o público:
Online, através de um site do projeto;
Com apresentações solo, que pretendem ir a associações de bairro, igrejas, escolas, centro esportivos e até mesmo em espaços abertos.
Por fim, as apresentações em Ciclos: a cada 5 meses, duas suítes serão apresentadas ao vivo com combinações originais e únicas.
Para que o público tenha tempo e espaço para absorver e se envolver com as obras, serão criados textos poéticos que dialoguem com a história, seja das obras em si, seja com a obra de J.S.Bach como um todo, seja ainda com a própria jornada do compositor. Portanto, 3 textos acompanharão as 6 suítes, distribuídas em par.
Por fim, a música de Johann Sebastian Bach, especialmente as obras para instrumento solo, por sua capacidade de provocar concentração e envolvimento no ouvinte, se prestam muito bem para transmitir outras mensagens.
Acreditando na força dessa música, o projeto prevê ainda que a cada suíte seja associada a um tema/valor sobre o mundo contemporâneo, que será veiculada através de um texto de reflexão, com a intenção de associar à interpretação uma forma de música programática, algo por exemplo como as Quatro Estações de Vivaldi, que na mesma época já praticavam essa relação entre música e a vida cotidiana.
Finalizando então, o convite é, tendo a música como estímulo, a prática de conversas e reflexões sobre as artes e o pensamento, a imaginação e a criatividade,
nas suas relações com a vida diária.
Formado em música pelo Conservatório Musical Brooklin Paulista (SP), atua nas áreas de Música, Teatro e Literatura como diretor musical, teatral e dramaturgista, mediador de leitura e leitor público tendo participado de mais de 50 espetáculos no Brasil e na Europa, e atuado como curador de mais de 15 eventos artísticos.
É graduado em Letras, com ênfase em Estudos Literários e mestre pelo curso de pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná com dissertação centrada em processos de leitura.
Flautista especializado em instrumentos antigos se apresentou com diversos grupos que consolidaram o movimento de música antiga no Brasil, como:
Conjunto Renascentista de Curitiba, Studium Musicae, Extempore, Tálea (SP), Anima (SP), Alma Musica (Campinas), Camerata Antiqua de Curitiba, Tábula (DF), entre outros.
Atua como regisseur e diretor musical para espetáculos cênico-musicais.
Em 2013 criou o coletivo O Círculo: núcleo de leituras com quem realiza leituras públicas de obras literárias acompanhadas por música ao vivo.
Junto com Plinio Silva, dirige o Studium Musicae, Ateliê de Música Histórica e
criou e dirige o Trio Extempore.
Brasiliense, iniciou seus estudos de flauta doce no CEP-Escola de Música de Brasília.
Aos 17 anos de idade, mudou-se para Paris, França e posteriormente Bruxelas, Bélgica, para dar seguimento à sua formação acadêmica.
De volta ao Brasil, dedica-se à pesquisa do repertório composto para flauta doce
durante o período barroco.
Com o cravista Alessandro Santoro, gravou o cd SONATAS com obras do barroco italiano para flauta doce e baixo contínuo. Participou do cd PIÈCES cujo foco é o repertório de música barroca francesa. Este contou com a participação do flautista (traverso) Fernando Lopes, do gambista (viola da gamba) Ricardo Miranda e do cravista Alessandro Santoro. Ambos registros tiveram o patrocínio do FAC- GDF.
Professora convidada em vários eventos de música barroca no Brasil, América do Sul e Europa.
Lecionou no Lycée Français François Mitterrand de Brasília (LFFM) e atualmente é professora de flauta doce no CEP-Escola de Música de Brasília (CEP-EMB).
Natural de Curitiba-PR, é Bacharel em prática instrumental (violão) pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (1996), Mestre em Música pela Universidade Federal do Paraná (2010) e Doutor em Performance Musical (Cordas dedilhadas antigas) pela Universidade de Montréal (2015). Como instrumentista do Grupo Banza, realizou apresentações em dez capitais brasileiras em 2003 no âmbito do projeto “Música no Tempo de Gregório de Mattos” (Prêmio Petrobrás Música). Este projeto culminou com a gravação de um CD, relançado em 2006 pelo selo mundial Naxos. Durante seus estudos no Canadá, participou como instrumentista convidado do Bach Ottawa Choir (dir. Lisette Canton), do Ensemble Les Lys Naissants (dir.Jean-Loup Gagnon) e do Ensemble PerSonare (dir. Jivko Georgiev). Em 2014 realizou dois concertos solo (alaúde e guitarra barroca) no âmbito do Festival Montréal Baroque. Participou de diversos cursos e seminários onde esteve sob orientação de instrumentistas como Hopkinson Smith (EUA-Suíça), Eugène Ferré (França), Vincent Dumestre (França), William Carter (Inglaterra) e Sylvain
Bergeron (Canadá). Sua tese de Doutorado sobre o stylus phantasticus no repertório dos séculos XVII e XVIII para cordas dedilhadas, foi publicada em 2016 pela Éditions Universitaires Européennes.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1970. Ficcionista, poeta, ensaísta e tradutora, publicou, entre outros livros, os romances Sinfonia em branco (Prêmio José
Saramago), Um beijo de colombina, Rakushisha, Azul-corvo (um dos livros do ano do jornal inglês The Independent), Hanói (um dos livros do ano do jornal O Globo), Todos os santos e Os grandes carnívoros; os poemas de Parte da paisagem, Pequena música (menção honrosa do Prêmio Casa de las Américas, um
dos livros do ano da revista Bravo!), Deriva e O vivo; o ensaio autobiográfico.
Todo o tempo que existe (um dos livros do ano da Folha de São Paulo); os contos de Caligrafias e O sucesso. Publicou também algumas obras para crianças e jovens, como Língua de trapos (prêmio de autor revelação da FNLIJ) e O coração às vezes para de bater (selo Cátedra 10 da Unesco). Seus livros foram traduzidos em mais de vinte países. Seus poemas e contos saíram em publicações como Modern Poetry in Translation, Granta, Asymptote e revista Casa de las Américas.
É mestre em literatura brasileira e doutora em literatura comparada pela Uerj. Foi pesquisadora visitante no Centro Internacional de Estudos Japoneses – Nichibunken (Kyoto) e na Universidade do Novo México. Ensinou no departamento de espanhol e português na Universidade do Texas em Austin, e foi também escritora residente na Universidade da Califórnia Berkeley.
Morou na França, na Nova Zelândia e vive atualmente nos Estados Unidos.
Suíte para violoncelo n.º 6 em ré maior, BWV 1012
Prélude
Allemande
Courante
Sarabande
Gavotte I
Gavotte II
Gigue
A artista está ausente
para voz e instrumentos variados
sobre as suítes para violoncelo BWV 1011 e 1012 de J. S. Bach – texto de
Adriana Lisboa
Prélude
Allemande
Courante
Sarabande
Gavotte I
Gavotte II
Gigue
Karla Dias – flauta doce
Roger Burmester – teorba e arquialaúde
Flávio Stein – marimba, xilofone, flauta doce e leituras
Dias 17 e 18 de outubro – 19h
Teatro Laboratório do Campus de Curitiba II/FAP da Universidade Estadual do Paraná